Por redação

Arranco do engenho de dentro está de volta na Sapucaí, após dez anos sem pisar na avenida a agremiação retorna pela série ouro do carnaval carioca. A escola da zona norte do Rio de Janeiro conta a história de  Zé Espinguela, sambista, pai de santo, jornalista e escritor foi o responsável por criar a primeira disputa entre escolas de samba. Antes da construção do sambódromo na Marquês de Sapucaí, a escola que homenageia Espinguela foi pioneira a desfilar quando os desfiles eram na Rua Marques de Sapucaí. 

A ideia de homenagear Zé Espinguela partiu de Antônio Gonzaga carnavalesco da agremiação que também estreia esse ano na escola. Em 1929 foi criada por Zé  espinguela a primeira disputa entre as escolas de samba, líder religioso, seu terreiro hoje se tornou a atual sede do Arranco do engenho de dentro. 

Com o enredo “Madame Satã: resistir para existir”, uma releitura do carnaval de 1990 assinada pelos carnavalescos Edu Gonçalves e Ray Menezes que ganha composição inédita assinada pelos compositores Paulo Cesar Feital, Claudio Russo, Pezão, Naldo, Kiko Vargues, Genésio, Jefferson Oliveira, Samuel Gasman e Mateus Pranto. A Lins Imperial segunda escola a desfilar leva para a avenida a história de vida João Francisco dos Santos, Madame Satã,  considerado o primeiro artista transformista do Brasil.No carro de som os intérpretes Rafael e Lucas Donato deram um tom especial na avenida, junto com a bateria de mestre Átila. O carnavalesco Edu Gonçalves relata que nesta nova releitura de “madame satã” o tema será abordado pelo lado mais biográfico dos fatos e não somente pelo lado Romântico.

veja a entrevista:

Terceira escola a desfilar a Acadêmicos de Vigário Geral levou um enredo lúdico para a avenida depois de dois carnavais com críticas sociais.. “A Fantástica Fábrica da Alegria”, em alusão ao filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate” a escola deu vida ao personagem Samir, no filme o personagem encontra um bilhete premiado, levando para vida real  esse bilhete dá acesso a marquês de Sapucaí aonde toda história de Samir, o menino da zona norte do Rio de Janeiro. A escola mostrou na avenida as brincadeiras das crianças, das mais antigas até as atuais. Pique pega, amarelinha, esconde esconde, pipa e pião as brincadeiras mais simples que se misturam as da atualidade que são os poderosos games e tecnologia que atraem a criançada. 

veja a entrevista:

Estácio de Sá berço do samba quarta escola a desfilar levou para avenida os festejos juninos de São Luiz do Maranhão.
A escola trouxe como embaixadora do enredo a influencer Thaynara OG, a beldade que também é embaixadora da Unicef, veio na última alegoria da escola,  representando o “São João da Thay”, evento beneficente que ele promove no Maranhão, e cuja a renda é revertida para instituições que apoiam os direitos das crianças e dos adolescentes. Durante a apresentação do samba-exaltação e do samba-enredo do título de 1992, o intérprete Tinganá com o carro de som da agremiação emocionou, levando o público a cantar junto com a escola.  primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola, Feliciano Junior e Alcione Carvalho, se destacaram em sua  apresentação, com movimentos sincronizados a dupla apostou nas coreografias. A escola apresentou problemas na ala de passistas, que desfilaram sem suas fantasias, segundo alguns relatos as fantasias não ficaram prontas a tempo. Procuramos o responsável pela ala mas infelizmente ninguém nos concedeu entrevista para esclarecer os reais motivos da falta de fantasia.

 A comissão de frente representada por quinze bailarinos se movimentavam e faziam gestos remetendo aos hábitos maranhense, comandada por Ariadne Lax, a comissão fez uma troca de roupas na avenida, as bailarinas se vestiram com saias rodadas e em torno de um bailarino o envolvia na bandeira da agremiação. 

Unidos da padre  quarta escola a desfilar levou para a avenida a cultura árabe no nordeste. A agremiação transformou a avenida numa Arábia nordestina, 

“Muitas pessoas não entendem e não sabem. Não sabem a diversidade cultural do nosso país, por exemplo, o couro, o fole, as histórias contadas que vem de origem muito pertinente com nosso nordestino…as cores tudo é de origem turca e árabe e tem tudo a ver com o nordeste…os camelos que se adaptaram tanto no nordeste do pais como não se adaptaram em lugar nenhum do mundo. Todas essas questões vão estar materializadas no carnaval de 2023”, falou o carnavalesco Edson Pereira.

A escola levou fantasias mistas, que remetem tanto ao forró da cultura nordestina, o velho é bom baião até os traços da cultura árabe chegando a história do boi vermelho que representa a escola. 

Nascida em 1954 Padre Miguel nasceu do bloco da rua e  Três anos depois, foi registrada como Unidos de Padre Miguel. As cores da agremiação é homenagem a fábrica Bangu, que ajudava a escola fazendo doação dos tecidos para as fazer as fantasias.

Com o enredo “O Carnaval da Vitória”, firmando pontos nas suas raízes assim estreia a acadêmicos de Niterói na avenida. Assim como o evento do “Carnaval da Vitória”, No retorno dos festejos após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946, foi um momento de revolução e de estabelecimento de paradigmas para o carnaval niteroiense, este enredo também tem a força de ser uma pedra base, sobre a qual irá se edificar a fundação da Acadêmicos de Niterói. A escola substitui a acadêmicos do sossego que concedeu o direito de desfile.

“Quando a gente faz as pesquisas a gente percebe também que o carnaval de Niterói tem um caminho bem retilíneo. Ele surge com essas manifestações mais antigas,  batalha de confetes, as manifestações carnavalescas em torno de coretos que se formavam na cidade com a apresentação de música e a gente percebe essas manifestações mais antigas sendo substituídas por blocos carnavalescos e aí justamente quando esse pico acaba é o momento de crescimento e esplendor das escolas de samba”, comentou o pesquisador da escola, João Vitor Silveira.

Encerrando o  primeiro dia de desfile da série ouro a são clemente mostrou irreverência, falando sobre o velho mundo, sobre o futebol, samba, amigos ,o enredo por  Jorge Silveira carnavalesco da agremiação envolve a espontaneidade do carioca mas também fala dos problemas vividos no seu dia. Uma reflexão foi proposta na avenida, a escola desfilou com o dia amanhecendo, suas alegorias muito bem iluminadas, é grande não enfrentaram problemas para acessar o sambódromo. Os componentes cantaram e vibraram com a minha escola, a agremiação realizou um excelente desfile na questão de harmonia.