No próximo dia 10/11/22, no Teatro João Caetano acontece o show de lançamento do mais recente trabalho de MARQUINHOS DE OSWALDO CRUZ ¨UMA AFRICA CHAMADA RIO DE JANEIRO¨. Nele Marquinhos mantem seu compromisso de preservação do samba. No show o artista é dirigido pelo carnavalesco-sensação Leandro Vieira que estréia nessa função e terá como convidados especiais Lecy Brandão e Dudu Nobre, além de uma banda poderosa.
Marquinhos é responsável por vários projetos entre os quais se destaca o Trem do Samba que comemora, no início de Dezembro o Dia Nacional do Samba que desde 96 repete o trajeto que Paulo da Portela fazia, nos anos 20, entre a Central do Brasil e Oswaldo Cruz. Lá chegando os viajantes podem assistir, em vários palcos espalhados pelo bairro, muito samba. Em 2006, Marquinhos decidiu promover um evento mensal gratuito no bairro de Oswaldo Cruz, misturando seu samba à tradicional culinária local. Assim nasceu a Feira das Yabás, festa que faz homenagem às divindades das religiões afro-brasileiras, ao mesmo tempo em que destaca o protagonismo do matriarcado na região da grande Madureira.
Marquinhos segue firme em sua militância pela valorização do samba, da ancestralidade africana e, claro, de seu bairro natal. Afinal, Marcos Sampaio é, acima de tudo, Marquinhos de Oswaldo Cruz.
SERVIÇO:
Nesse show ¨UMA ÁFRICA CHAMADA RIO DE JANEIRO¨, como o próprio artista diz, ele canta a história da nossa música na cidade.
DATA: SHOW ÚNICO – dia 10/11/22-
HORÁRIO: 18.30 hs
ONDE: Teatro João Caetano – Praça Tiradentes – Centro
PREÇO: Ingressos R$5,00
Ficha Técnica:
Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Marlon Sette – Trombone e direção musical.
Marcio Vanderlei – Cavaquinho.
Wallace Pereira – Violão de 6 cordas.
Hudson – Violão de 7 cordas.
Nando Camarão – pandeiro e caixa.
Beloba – Tantan.
Marcos Basílio – Surdo.
Alex Almeida – conga / repique de anel / cuíca.
Luizinho do Jeje – atabaques e timbau
Leandro Vieira – Direção e Roteiro.
Direção de produção: Maria Machado e Dermeval Coelho.
Cenografia – Jean Carneiro.
Iluminação: Rubens Gonzaga.
Tec de monitor: Sergio Manso.
Tec de P.A. – Bebeto Fayal.
Roadie – Camarão.
MARQUINHOS DE OSWALDO CRUZ
O sambista Marcos Sampaio de Alcântara carrega sempre consigo o nome de seu bairro. E não é só por ter lá nascido que o músico escolheu colocar Oswaldo Cruz em seu nome artístico. O sentido da alcunha é muito mais profundo: Marquinhos é fruto daquela terra, uma espécie de África no Rio de Janeiro, na qual descendentes de escravos e famílias pobres expulsas do centro se estabeleceram no início do século XX. Um lugar em que a influência africana se manifesta nas tradições, costumes, religiosidade, gastronomia e, principalmente, na música. Uma região que se destaca pelo protagonismo do matriarcado e pela importância das “tias” locais. Um bairro, enfim, definido pelo compositor como “um Museu do Louvre de bens culturais imateriais”.
Marquinhos traz toda essa rica herança em suas inúmeras composições, bem como em sua militância e projetos, sempre visando preservação dessa rica memória.
Em sua extensa carreira, Marquinhos teve como parceiros grandes nomes da música brasileira: Candeia, Arlindo Cruz, Xande de Pilares, Argemiro Patrocínio, Pedro Luís, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento, entre muitos outros. Gravou com os grupos: Raça, Pirraça, Autonomia, Jongo da Serrinha; também com as cantoras Dorina e Beth Carvalho – esta última eternizou em sua voz a canção Geografia Popular, um dos maiores hinos do samba carioca.
A carreira musical e o amor pelo samba fizeram com que Marquinhos idealizasse muitos projetos. Talvez o mais conhecido seja o Trem do Samba, maior celebração do Dia Nacional do Samba, cuja primeira edição data de 1996. Todo ano, uma multidão refaz o trajeto que Paulo da Portela percorria em seu retorno para casa na década de 1920, pegando o trem da Central do Brasil até Oswaldo Cruz. Chegando ao bairro, diversos palcos e dezenas de rodas de samba ocorrem simultaneamente, em uma festa grandiosa da qual Marquinhos é anfitrião.
Ainda no fim dos anos 1990, Marquinhos levou sua música para os bares da Lapa, berço da boemia carioca. Com outros sambistas, fundou o Movimento Samba de Raiz sob os Arcos, com objetivo de irradiar sua arte por toda a cidade. Assim, Marquinhos foi um dos pioneiros no processo de revitalização da Lapa.
No início dos anos 2000, sua música o levou a protagonizar outro grande projeto: a criação da Feijoada da Família Portelense, evento que serviu de referência para várias outras escolas de samba. O objetivo de Marquinhos era promover a valorização da Velha Guarda e dos tradicionais sambas da escola, que ficavam cada vez mais esquecidos. A Feijoada é, ainda hoje, um dos principais eventos do samba carioca, e Marquinhos segue apresentando nela suas composições.
Em 2006, Marquinhos decidiu promover um evento mensal gratuito no bairro de Oswaldo Cruz, misturando seu samba à tradicional culinária local. Assim nasceu a Feira das Yabás, festa que faz homenagem às divindades das religiões afro-brasileiras, ao mesmo tempo em que destaca o protagonismo do matriarcado na região da grande Madureira. Por sua relevância para a preservação da cultura brasileira e a memória coletiva da população local, a Feira das Yabás foi declarada patrimônio cultural imaterial do estado do Rio de Janeiro em 2018.Marquinhos pode ser caracterizado como “incansável”. Em 2019, sua música rompeu barreiras continentais, trazendo para o Rio de Janeiro a Fête de la Musique, que acontece na França desde a década de 1980. Atualmente, o compositor segue firme em sua militância pela valorização do samba, da ancestralidade africana e, claro, de seu bairro natal. Afinal, Marcos Sampaio é, acima de tudo, Marquinhos de Oswaldo Cruz.