Império Serrano
Império Serrano a primeira escola a desfilar homenageou o cantor e compositor Arlindo Cruz e sua trajetória. Arlindo sofreu um AVC em 2017, e desde então o ícone do mundo do samba vive com muitas limitações. Arlindo atualmente vive em casa com acompanhamento médico. No desfile a família de Arlindo estava muito emocionada, desfilaram juntos em um carro que retratava a face do cantor. O cantor mesmo com todas as suas limitações desfilou junto com sua família, e estava visivelmente emocionado. Diversa alas da agremiação retrataram a vida e trajetória do cantor.
Quarta maior campeão do Grupo Especial com nove títulos, o Império Serrano foi fundado em 23 de março de 1947 após dissidentes do Prazer da Serrinha. Oriundo de trabalhadores da estiva, o Reizinho de Madureira tem nomes importantes entre seus fundadores, como Sebastião Molequinho, Elói Antero Dias, Mano Décio da Viola, Silas de Oliveira, Aniceto Menezes, Mestre Fuleiro, Zacharias Avelar e Eulália do Nascimento, a Tia Eulália.
Ao longo da história, o Império Serrano acumula marcas importantes de pioneirismo. A escola foi a primeira a apresentar uma ala coreografada, a desfilar com um enredo, a ter uma mulher em sua ala de compositores, além de ter sido a primeira a criar uma escola mirim, comissão de frente e o agogô.
Em sua ala de compositores, destacam-se grandes nomes: Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola, Dona Ivone Lara, Roberto Ribeiro, Beto Sem Braço, Aluísio Machado, Carlos Senna, dentre tantos outros. Através dessas mãos, grandes clássicos foram compostos, como “Aquarela Brasileira”, “Cinco bailes tradicionais da história do Rio”, “Heróis da liberdade”, “Bum bum Paticumbum Prugurudum” etc.
Após ser campeão da Série Ouro em 2022, quando apresentou o enredo “Mangangá”, contando a trajetória do capoeirista baiana Besouro, o Império Serrano está de volta ao Grupo Especial.
Sob o título “Lugares de Arlindo”, o enredo criado por Alex de Souza viajou por toda a musicalidade do cantor e compositor. Como o próprio carnavalesco define, “será uma homenagem ao Arlindo e à própria história do Império Serrano”.
Acadêmicos do grande rio
A vermelha e branca de Caxias, segunda escola a desfilar homenageou o cantor Zeca pagodinho, Contando sua história de vida até chegar ao estrelato. O desfile retratou a vida simples do subúrbio carioca, aonde o cantor por muito tempo morou. As cores que a agremiação usou foram as mais vivas como vermelho, azul. A escola veio leve, e isso é graças ao estilo de vida do cantor. Zeca veio acompanhado de sua família, o cantor estava bastante emocionado, com o carinho de seu público.
“A gente vai mostrar isso porque o Zeca pede isso, um desfile mais lúdico, com um lado mais criança, que tem ligação com samba, boteco, jogo, pagode, um ambiente solar. Vamos brincar com as cores da escola, mas com uma paleta bastante eclética. Porque o Zeca é isso: é festa, é carnaval”, revela o carnavalesco. A comissão de frente foi símbolo da religião e fé do cantor uma alvorada para São Jorge, santo de devoção de Zeca.

Mocidade
Terceira escola a desfilar a escola vai mostrar toda a história de Alto do Moura, bairro de Caruaru (PE) que respira a arte do barro de Mestre Vitalino. A mocidade vem mostrar o legado de Vitalino e toda sua cultura. Na cidade de Caruaru, o Alto do Moura fica a cerca de 7 km do centro da cidade e é considerado pela Unesco o maior centro de arte figurativa das Américas. O artesanato na cidade é muito conhecido por conta a história do barro, mas o Alto do Moura possui também muitos bares e restaurantes de culinária pernambucano, sendo um dos principais pólos do São João de Caruaru. Terra do meu céu, estrelas do meu chão”, do carnavalesco Marcus Ferreira, que estreia no grupo especial, e o melhor que a mocidade é a escola que o carnavalesco torce, melhor não poderia ser.
“A escola começa com a criação do mundo, a criação do homem e do barro, onde mostro o poder de síntese do meio natural para a criação do barro. Um momento entre criador e criatura, sendo que no mundo criado por Mestre Vitalino”, disse Marcus.
As fantasias da agremiação foram feitas com matériais rústicos, mas a agremiação manteve o padrão de suas fantasias.
“material simples, natural, não tinha sentido fazer um carnaval com materiais rebuscados. Temos de ser coerentes com o enredo”, afirmou o carnavalesco
Rota da Roça, escultura icônica de Mestre Vitalino, confeccionada com barro tauá (mais amarelado), que mostrou uma família a caminho do trabalho, fala sobre o ciclo da vida. A alegoria do barro mais alaranjado que é a de Zé do caboclo, incorpora madeira e ferro fundido, aborda temas rurais do agreste nordestino como o quebrador de milho, o cultivador, o trabalho na moenda e o carro de boi, transporte de carga e pessoas e carrega as manufaturas. A arte de Manoel Galdino com um trabalho mais surrealista se baseia na estética armorial.
Unidos da Tijuca
Quarta escola a desfilar com o enredo “É onda que vai… É onda que vem… Serei a Baía de Todos os Santos a se mirar no samba da minha terra”, de autoria e desenvolvimento do carnavalesco Jack Vasconcelos a unidos da Tijuca fez um desfile e teve uma boa passagem na avenida. As cores das fantasias eram multicoloridas e a escola apresentou seu enredo sem dificuldades.
A atriz Juliana Alves veio no carro abre alas da agremiação e nos concedeu entrevista.
Acadêmicos do Salgueiro foi a quinta escola a desfilar e levantou a Sapucaí. A escola, que já é tradicionalmente conhecida, vem em busca do seu décimo título com o enredo “Delírios de um Paraíso Vermelho”, que fala sobre a valorização da liberdade de expressão e com intuito de mostrar, também, que cada um constrói o seu próprio paraíso.
O paraíso vermelho é delirar nos sonhos de um lugar livre de julgamentos. A escola quer resgatar a importância de se ter respeito às diferenças, e traz uma reflexão sobre o que é considerado pecado na sociedade atual. Este paraíso é construído individualmente por cada pessoa, sem proibição ou pecado. Pois pecado, para a escola, é não ter o direito de se expressar.
“Esse enredo do Salgueiro fala muito sobre essas verdades e apontamentos que estamos vivendo, dessas verdades absolutas da qual a gente muita das vezes a sociedade nos impõe a acreditar …O Paraíso Vermelho é um paraíso profano, é a festa do carnaval, onde a liberdade de se expressar e de ser feliz é o mais importante de tudoreforça o carnavalesco. A escola fez um excelente desfile, o público das arquibancadas e dos camarotes vibraram com a passagem da agremiação. A harmonia da escola foi outro destaque, devido a sua organização.
Além de ter o foco em liberdade de expressão, a escola homenageou o carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, o famoso Joãosinho Trinta, que faleceu em 2011.
A furiosa, veio mais uma vez com a grandiosa Rainha de Bateria Viviane Araújo. Desde 2008 desfilando pelo Salgueiro como rainha, Viviane falou sobre a maternidade, e que esse ano o preparo com o corpo ficou em segundo plano. A rainha exibia um corpo escultural, como nos outros anos, muito animada Viviane mostrou que está realizada nessa nova fase da vida.
O presidente André Vaz nos concedeu uma entrevista, falando sobre a apresentação da agremiação.
Mangueira
Mangueira última escola a desfilar, levou o enredo em homenagem ao Carnaval baiano, sobre a cultura negra, e sobre a dança. Com destaque para o samba- enredo que estava na boca do componente e do público, por ser um samba ritmado e contagiante. Evelyn Bastos rainha da bateria da agremiação veio fantasiada de orixá Oxum, com o corpo pintado de dourado, a moça mostrou samba no pé e um belo bailado na avenida.