Dois anos após a pandemias, o retorno do carnaval que deixou saudades no público, finalmente teve sua estreia. Desfilaram na Marquês de Sapucaí 7 escolas da Série Ouro do carnaval carioca, a noite foi marcada por um acidente, uma menina foi gravemente ferida por um carro da agremiação Em cima da hora, a menina se encontra internada no hospital Souza Aguiar em estado grave.
A escola Em cima da Hora iniciou o seu desfile se comunicando com a realidade do povo carioca, a agremiação fez uma releitura do enredo “33 – Destino Dom Pedro II”, o enredo escrito em 1984 fala sobre as dificuldades que o trabalhador enfrenta no seu dia a dia, dificuldade do transporte. O samba aborda a realidade dentro do trem, antigamente chamado de 33, e toda problemática diária, vivida pela população.
o primeiro carro alegórico representando o trem teve problemas na avenida e atrasou a entrada da escola, o carro em forma de trem veio iluminado e nas cores da escola, azul e branco.
Além da demora da entrada da alegoria, o carro de som parou e ficou sem funcionar durante minutos. Durante o desfile as alas e carros representam as estações de trem carioca, cada bairro foi mostrado, narrado na letra e melodia como em “a menina de laços de fita/ Batucando na marmita”, relembrando todo contexto vivido pelos usuários do trem no seu cotidiano.
A rainha de bateria Tânia Daley professora de ritmos latinos como salsa e samba vinda da Nicarágua encantou o público com seu samba no pé e fantasia de repleta de penas e brilhos. As fantasias da porta-bandeira e mestre sala Jackeline Gomes e Johny Matos faziam referência ao relógio que marca o tempo do trem, o casal mostrou sincronia nos movimentos e realizou uma bela apresentação na avenida.
As demais alas vieram com alegorias representando os camelôs, a pirataria que ocorre dentro do trem, as cartas e cartomantes que fazem jogos e diversos grupos e elementos participantes no cotidiano do trem.
A verde e branca de Niterói Cubango homenageou Chica Xavier com o enredo “Chica Xavier, a mãe baiana do Brasil”., a escola veio relembrando toda trajetória da atriz que marcou uma geração em mais de 50 novelas, atuou em teatro e cinema inspiração de muitos outros artistas.
A madrinha da bateria Mariane Hipólito usava um salto de 15 cm, sua fantasia foi confeccionada pelo estilista Ruan Morelli, a rainha só provou a vestimenta pouco antes do desfile, ela afirma que tem plena confiança no estilista. Ela falou sobre seu retorno a comunidade
“O amor pela escola é o mesmo. Estou muito honrada e feliz de ter voltado para a escola à pedido da comunidade e com esse novo posto da direção da escola”.
As fantasias da agremiação chegaram com atraso na Sapucaí, o que fez com que o componente tivesse que correr para se vestir.
A presidente da agremiação Patrícia Cunha antes de iniciar o desfile já no setor um, saudou seus componentes e incentivou para o desfile. Comentou sobre a fake News que publicaram mais cedo nas redes, informando que as fantasias da agremiação não seriam entregues e que a presidente seria destituída de seu cargo por este motivo.
“ Uma mulher preta comandando uma escola de samba grande incomoda muita gente. Não é fácil, mas não é qualquer boato que vai me tirar da Cubango. Essas pessoas que me querem fora podem falar o que quiser, mas a escola está na avenida pronta para desfilar — disse.”
A união da ilha do governador se destacou na noite de desfiles, a escola estava luxuosa, muito bem organizada. Com o enredo ‘O vendedor de orações’ a ilha deu uma demonstração de fé na avenida do início ao fim. A escola levou nossa senhora Aparecida para avenida, atriz cacau potássio veio em um dos carros representando a Santa.
Na comissão de frente Coreografada por Priscilla Mota e Rodrigo Neri, a União da Ilha trouxe 15 componentes, sendo duas mulheres e 13 homens. Nomeado como o Altar de Orações, a representação de nossa senhora Aparecida no sincretismo católico, Homens negros representando os escravos que se apegavam a fé para suportar a realidade vivida na época da escravidão. O intérprete Ito Melodia e seu carro de som deram um show a parte na avenida, com muita Alegria, o intérprete pediu que a escola cantasse o hino com toda a emoção e fé, levando o público presente a transbordar de emoção. O desfile da ilha se destacou durante a noite na Sapucaí, as fantasias da agremiação estavam muito bem confeccionadas, suas cores vibrantes deram um tom na avenida, a agremiação foi muito aplaudida e apreciada pelo público durante todo o seu desfile.
A Porto da Pedra Falou sobre mãe Estela de Oxóssi Ialorixá e escritora, Mãe Stella de Oxóssi recebeu o título de doutora honoris causa por duas universidades da Bahia e fez parte da Academia de Letras baiana. Ela se dedicou à educação. A rainha Tati Minerato representou a luz dos ogans.
“Venho representado a luz do ogãs, que são os ritmistas. Então, tinha que brilhar”. A fantasia possuía 50 mil cristais e luz de led.
A Porto da Pedra Foi a quarta escola a passar na avenida e foi muito aplaudida pelo público, sendo considerada uma das favoritas, Levou o luxo e brilho em seu desfile. O primeiro carro alegórico foi O Tigre, que fazia movimentos com a cabeça encantando a todos.
A Ponte contou a história de vida de Santa Dulce dos Pobres, que ganhou o apelido de “Anjo bom da Bahia”. Contou sobre todos os feitos da santa, beneficiando aos mais pobres e necessitados. A agremiação foi a terceira a desfilar, teve pontos altos e baixos durante sua apresentação. Na evolução a escola a escola ultrapassou um minuto do tempo estipulado para o desfile, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Emanuel Lima e Camyla Nascimento apresentaram problemas na sua evolução.
A madrinha de bateria teve sua fantasia destruída por sua filhote de pitbull e teve que refazer sua fantasia faltando apenas 3 dias para desfile. Marcela é empresária e essa é a primeira vez que a escola traz uma transsexual no posto de madrinha. A comissão de frente impactou positivamente o desfile, personagens desfavorecidos e simulando fome e desespero, pediam ajuda e obtinham o auxílio de Santa Dulce, a encenação foi expressiva e reflexiva.
A Unidos de Bangu contou a história de Castor de Andrade, a escola atrasou em 3 minutos a mais do que o tempo permitido para o desfile e provavelmente deve ser penalizada em três décimos, houve correria o que também impactou na harmonia da escola. Como o portão da dispersão estava quebrado, devido a problemas no desfile anterior de outra agremiação, na tentativa de parar o cronômetro, integrantes da Unidos de Bangu discutiram com seguranças da Liesa, e tentaram puxar o portão a força. Logo os ânimos foram acalmando, tudo voltou a normalidade.
A Acadêmicos do sossego inovou e levou o rei da bateria, Juarez Souza de 36 anos nascido em Fortaleza no Ceará veio especialmente para desfilar Na agremiação, sua fantasia representa a “ conexão indígena “ Juarez fala sobre o amor que tem ao Samba. A